Nem imagina

Eu sonho...Tu sonhas
e quem não sonha é preguiçoso
talvez incrédulo,medroso
não dá um passo,muito menos alça voo.
Vê-se encarcerado,num inóspito eremitério
é noite,está só,não há luar nem estrelas
para iluminar o retorno a casa.
Sente-se muito confuso na escuridão
da noite triste e vazia.
Não sabe o que fazer,nem imagina a tais horas!

Presente

 

A vida me escolheu
e,entre os 365,quis o céu
que este dia fosse o meu...
Só Deus sabe porquê!!!
Ergo as mãos,em gratidão
pelo presente que me deu.
Com virtudes,defeitos
forças e fraquezas
momentos bons e menos bons
aprendi.
Sorri,cantei,também chorei
  e cresci.
Agora só quero
o sentido que encontrei
rodeada dos meus amores
e,entre contrariedades e felicidades
continuar a sonhar
com as memórias,as paixões da vida
e, em nenhum momento deixar de agarrar
o que de belo tem para me oferecer
  e se possa eternizar.

Para isso não vou esquecer

de louvar e agradecer.

Quanto mais...

Não escrevo o que me apetece
antes o que a alma impõe
e a mão obedece.
Cada vez que sai um verso
estremeço
porque sinto
que o que escrevo
isso mesmo
eu pareço.
E quanto mais quero parecer
mais me apetece escrever
mais acredito
mais me consigo convencer
que é assim que quero ser!

Pôr do Sol

Deita-se no horizonte,afogueado
leva ao rubro o mar,o céu
sublime ritual duma despedida
a ouro tingida,num quadro com moldura de rubi
cenário empolgante de paixão
num colorido que mais parece um sorriso
pela vida de mais um dia.
Mergulha,é o adeus que dá nostalgia
não por se perder mas porque nos perdemos
de encantamento e depois ficamos no escuro
que pode trair-nos se não formos perspicazes a olhar
a lua que já vem surgindo no mesmo lugar
enquanto o omnipotente está a bordar um céu de estrelas
para nos agraciar.

Gana

Brasíia enche-se de esperança
chuta-se,cabeceia-se,luta-se por glória
joga-se com bastante pujança
acredita-se na possibilidade de vitória

Hoje tinha que ser com gana
pareceu-mo em bons momentos
não lhes chegou a arquitectada trama
era preciso saber que jamais podiam ser lentos.

Oportunidades houve-as,foram maldosas
um pouco de sorte,num golo fortuito
os ganeses, exacerbadamente, ganosos
um desafio constante ao seu intuito

Gana,mais uma vez,foi valente
mérito e grandeza,a sua regra
espírito de equipa,luta ardente
não ganharam mas fizeram vida negra

E Portugal fica-se no caminho
faça as malas e regresse
tenho pena,mas adivinho
teve, com certeza,o que merece.

Verão

Amanhecer em dia de verão
não é a mesma coisa
cheira a mangerico
cheira a sardinha assada
e,se morrinha
cheira a terra molhada.
A manhã ao acordar
veste-se de luz mais apropriada
ao dia nascido do soltstício
adulto,rebelde
às vezes, intempestivo
num furor afogueado.
Aviva-se a saudade
do sol tórrido
da areia escaldante
do mar que acalma
a mente e a alma
com frescura de vida.
Os dias acabam tarde
numa noite que começa morna
de céu límpido
brilhante,arrebatador
cúmplice de desejos veementes
a arder no interior. 

Rio

Desce montanhas entre ravinas
suave,cantante
parece que reclama
duma solidão fustigante
no leito que o amacia
e o inspira na aventura.
Corre,acalma
ditoso na sua sina
murmura versos de encantar
suspira segredos,meditações
em excelsa vocação.
Está fixado no céu
a sua estrela guia
não ignora sua filiaçao
nem o autor do brilho
das infinitas moléculas flutuantes
que valsam alegria.
Não se cansa,é cada vez mais veloz
acena a todos ao passar
parece que tem alma como a gente
e fica contente
se consegue algum olhar cativar.
E numa azáfama inquieta
os sonhos consuma
mata a sede,mata o fogo
até à escuridão empresta
luz abençoada
E num rumar peregrino
de mensageiro divino
pára de sonhar
acorda.

É abraçado pelo mar do absoluto
que no absoluto se vai fundir!